5 MÚSICAS SOBRE CRIMINOSOS

O ambiente do crime é tema recorrente no universo da música, resultando, às vezes, em obra prima

Longe dOS PIORES DISCOS DO MUNDO em fazer apologia a crimes. Entretanto, assassinos, ladrões, estelionatários e outros bandidos de marca maior são influência na Cultura Pop.

Nem sempre dando nomes aos bois, alguns artistas e bandas contam um pouco da vivência ou de personalidades criminosas em suas músicas. Confira abaixo CINCO MÚSICAS SOBRE CRIMINOSOS.

BONNIE AND CLYDE (Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot)

Bonnie Elizabeth Parker e Clyde Chestnut Barrow viveram intensamente até serem pegos em 23 de maio de 1934, durante a Grande Depressão. O casal e sua gangue foram responsáveis por duzias de assaltos a bancos, lojas e postos de gasolina pelo interior dos EUA. Além disso, vitimaram alguns policiais e muitos civis.

Bonnie e Clyde se conheceram em 1930, ela era casada com condenado por assassinato (Roy Thornton) e ele era um ladrão de coisas pequenas. A paixão foi instantânea, apesar de Bonnie nunca ter deixado de usar aliança de casamento.

Amantes e foras-da-lei. Arquétipos que renderam vários filmes, séries e músicas. No tocante a canções, Serge Gainsbourg escreveu “Bonnie and Clyde”, uma chanson que divide os vocais com a atriz e modelo Brigitte Bardot. No mesmo espírito de paixão avassaladora de Bonnie e Clyde, vivia Serge por Brigitte, que ainda era casada com o fotógrafo Gunter Sachs.

Durante o período em que se relacionou com Bardot, Gainsbourg lançou dois discos: Bonnie and Clyde (um compilado de canções dos dois) e Initials B.B., ambos de 1968. 

A paixão de Serge e Brigitte não terminou como a do casal de criminosos norte-americano. O relacionamento durou pouco: logo Gainsbourg se apaixonou pela também atriz e modelo Jane Birkin; Bardot e Sachs se divorciaram em 1969 e foram viver outras paixões.

Confira abaixo a canção “Bonnie and Clyde” com Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot.

HENRY LEE (Nick Cave and The Bad Seeds)

Nick Cave é o artista que respira um ar fúnebre. Sua música exprime o próprio velório. Não seria tão absurdo que Cave e sua Bad Seeds gravassem um álbum repleto de baladas de assassinos. Em 1996, eles lançam Murder Ballads, com várias referências a assassinos em série e criminosos fictícios.

Uma das canções desse disco que se destaca é “Henry Lee”, um balada com ares de Frédéric Chopin, que conta com a participação de PJ Harvey. Henry Lee Lucas (1936-2001) foi um serial killer acusado de ter cometido e participado de 600 assassinatos entre a segunda metade dos anos 1970 e o início dos anos 1980.

Vale lembrar que em 1960, Lee Lucas matou a própria mãe, Viola. A mulher, que era prostituta, obrigava Henry, quando garoto, a assisti-la fazendo sexo com outros homens e a se vestir como um menina, além de agredi-lo sem qualquer motivo. 

Confira abaixo o vídeo oficial de “Henry Lee”.

25 MINUTES TO GO (Johnny Cash)

Se tem alguém que é conhecido por suas canções sobre o mundo do crime, esse é Johnny Cash. Ao lado de Merle Haggard, Waylon Jennings e Willie Nelson, Cash ficou famoso pelo o que ficou conhecido com Outlow Country, ou seja, o “Country fora da lei”.

Canções como “Folsom Prison Blues” ganharam cada vez mais fama, por retratar a realidade criminal dos EUA. Os próprios presos da Prisão Estadual de Folsom, na Califórnia, ovacionaram quando Johnny Cash, em 1968, tocou-a para o detentos. O registro está no álbum At Folsom Prison.

Pouco tempo depois do lançamento do disco, “Folsom Prison Blues” teve que ser deixada de tocar na rádios, por conta do assassinato de Robert F. Kennedy (senador e irmão de John F. Kennedy, presidente). Na canção, Johnny Cash canta “But I shot a man in Reno / Just to watch him die”, algo como: “Mas eu atirei em um homem em Reno, só para vê-lo morrer”.

Confira abaixo a versão de Cash para uma canção de Shel Silverstein, “25 Minutes to Go”. A música é a história fictícia de um condenado no corredor da morte a espera da execução.

NORMAN BATES (Landscape)

ATENÇÃO: Se ainda não assistiu o filme Psicose (1960) de Alfred Hitchcok, nem seu spin-off, a série Bates Motel (2013-2017), exibido no canal A&E, esse item contém spoiler (pequeno, mas ainda spoiler). 

Nem sempre a música se inspira em personagens reais. Como é o caso de “Norman Bates”, música da banda britânica de synthpop Landscape. Norman Bates é um dos muitos personagens intrigantes dos filmes de suspense.

O que parecia ser um simples jovem perturbado pela criação restritiva de sua mãe, Norma, Bates se torna cúmplice dos crimes cometidos pela matriarca, desovando os corpos das vítimas. Porém, a história mostra que o problema é muito maior do que se espera.

Confira abaixo “Norman Bates” de Landscape.

JACK THE RIPPER (Screaming Lord Sutch)

Personagem fixo no imaginário das pessoas, Jack, o estripador é talvez um dos criminosos mais famosos do mundo. A identidade de Jack, famoso por matar e estripar suas vítimas, ainda é desconhecida. A curiosidade em desvendar esse mistério resulta muitas obras ficcionais. Na música não seria diferente.

Das tantas canções que “homenageiam” Jack, a mais icônica é “Jack the Ripper” de Clarence Stacy, mas se tornou ainda mais popular com a apresentação performática de Screaming Lord Sutch, representado o próprio estripador. Anos depois, a banda  White Stripes fez uma versão da música com um arranjo do tema da série Peter Gunn, composta por Henry Mancini (mesmo compositor da abertura de A Pantera Cor de Rosa).

Confira abaixo a apresentação de Screaming Lord Sutch.

Sentiu falta de alguma canção? Comente aí embaixo e leia outros posts dOS PIORES DISCOS DO MUNDO.

Autor: Danilo Silveira

escritor, jornalista e fotógrafo

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