Última apresentação dos BEATLES completa 50 anos

Conheça a história da última apresentação ao viva dos Beatles, que completa 50 anos.

No mês seguinte a apresentação, a banda entraria em estúdio para gravar Abbey Road

O dia 30 de janeiro de 1969 foi uma data importante para os Beatles. Esse foi o dia em que John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr se apresentaram no terraço da Apple Records. Era a primeira vez, em três anos, que eles se apresentavam ao vivo.

A péssima qualidade dos equipamentos usados em turnês, os excessos dos fãs e as cansativas agendas de shows levaram os rapazes de Liverpool a se dedicarem somente às gravações.

Consequência: os discos ficaram cada vez mais elaborados, com usos indiscriminados de equipamentos com mais tecnologia, orquestras e arranjos cada vez mais sofisticados. O que dificultou ainda mais a volta da banda aos palcos.

O futuro diria que aquela seria a última deles como banda.

A apresentação
Desde o início de janeiro dentro dos estúdios trabalhando no que seria o próximo álbum, os Beatles “decidiram finalizar” os trabalhos com uma apresentação ao vivo. Acompanhados pelo cantor e músico americano Billy Preston (no piano elétrico), os Beatles tocaram a seguinte setlist:

  1. “Get Back” (take 1)
  2. “Get Back” (take 2)
  3. “Don’t Let Me Down” (take 1)
  4. “I’ve Got a Feeling” (take 1)
  5. “One After 909”
  6. “Dig a Pony”
  7. “I’ve Got a Feeling” (take 2)
  8. “Don’t Let Me Down” (take 2)
  9. “Get Back” (take 3)

Apesar de terem se sofisticado com arranjos e orquestra, no show, a banda se mostra bem crua, com riffs e melodias mais simples, uma pegada mais bruta. Nota-se quem alguns momentos, notas são rateadas, cordas são abafadas e vozes escapam da seriedade. Erram como qualquer humano.

Mas rooftop é de Billy Preston. Ele é a cereja do bolo. É quem dá a “Don’t Let Me Down” um solo de piano elétrico que outro beatle não daria, que preenche “Get Back” sem se mostrar  e por aí vai.

Entretanto, as gravações não terminaram como queriam. No mês seguinte, fevereiro, a banda entrou em estúdio novamente, de onde só sairiam em agosto com outro trabalho nas mãos, o tão icônico Abbey Road, lançado em 22 de setembro de 1969. 

Da sessão de janeiro de 1969, restou aguardar o ano de 1970 para que o público tomasse conhecimento daquele trabalho. Ainda foi necessário mais tempo de estúdio, com a banda voltando ao estúdio em março e abril daquele ano para poder lapidar o derradeiro Let It Be.

Let It Be
Três das músicas gravadas na sessão foram lançadas no disco Let It Be, de maio de 1970: o primeiro take de “I’ve Got a Feeling“, mais “One After 909” (a música já havia sido gravada pela banda em 1963, mas não foi lançada à época, porque não acharam-na uma boa versão boa.) e “Dig a Pony“.

Apesar de ser lançado um pouco menos de um mês da dissolução da banda, Let It Be é considerado um álbum oficial. Além disso, é o único que não foi produzido por George Martin. A produção de Let It Be foi de Phil Spector, que acompanharia John Lennon e George Harrison em suas respectivas carreiras solos.

Em 1970, “Don’t Let Me Down” e uma porção de músicas lançadas anteriormente em singles (como “Peperback Writer“, “Rain“, “Hey Jude” entre outras) foram colocadas em álbum (norte-americano) de compilações: Hey Jude (o nome original é The Beatles Again).

Dcocumentário
A apresentação na íntegra está no filme Let It Be (1970), dirigido por Michael Lindsay-Hogg.  Além de mostrar todo o show (com direito a aparição da guarda metropolitana de Londres acabando com a festa, pedindo que a banda reduzisse o volume), o documentário mostra outras cenas de bastidores das gravações.

O filme foi lançado uma semana após do álbum de mesmo nome.

Escute abaixo o álbum Let It Be na íntegra.

Autor: Danilo Silveira

escritor, jornalista e fotógrafo

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