10 MÚSICAS PARA QUEM ODEIA O NATAL

Se é obrigado a interagir com o tio do pavê ou comer arroz com passas, OS PIORES DISCOS DO MUNDO tem a playlist ideal para sua noite de natal.

Do thrash metal de Venom ao blues de Legendary Tigerman, todos odeiam o Natal

Imagine a cena. Dia 24 de dezembro, você só queria sossego. Mas sua mãe (ou seu pai) decide reunir toda a família. Entendeu? T-O-D-A.

Vão suas tias chatas, seus primos que te odeiam, a sua vó que sempre te pergunta sobre sua vida amorosa.

Pelo menos a comida de casa é boa, né? “O que é isso”, você vai dizer. Isso mesmo: tem uva passa em tudo: TUDO. No arroz, no lombo, na salada, costuma ter passas até na bebida.

Como se não bastasse, seu tio, que chegou atrasando como se ninguém tivesse marcado um horário, ao ver o doce em cima da mesa solta um “é pa vê ou pá cumê?”

Você volta para o quarto e prefere nunca ter saído de lá.

Assim como você, outras pessoas não gostam de Natal e elas decidiram externar isso em canções. Confira abaixo a lista d’Os Piores Discos do Mundo sobre as músicas que farão você se contentar por odiar as festividades.

Apesar de tudo, “I Saw Mummy Kissing Santa Claus” não está nessa lista. Se bem que ver sua a mãe aos beijos com o velho batuta não é uma das melhores coisas para se ver na noite de natal.

Será que Tommie Connor (compositor da música) tinha se desiludido com o Natal?

10. É NATAL?! (Cólera)

9. FUCK CHRISTMAS BABY, I GOT THE BLUES (The Legendary Tigerman)

8. BLACK XMAS (Venom)

7. XMAS EVE (Rancid)

6. XMAS SONG (KoЯn)

5. THE GRINCH THAT… (One.Be.Lo)

4. NINE SHADES TO THE CIRCLE (Legendary Pink Dots)

3. NORTH POLE (Gucci Mane)

2. NAUGHTY CHRISTMAS (Lacuna Coil)

1. PAPAI NOEL, VELHO BATUTA (Garotos Podres)

NEIL YOUNG: Everybody’s Rockin’

De casa nova e com ideias de montão, Young resolveu abraçar a liberdade criativa da Geffen e fazer o que tinha vontade.

Em 1983, Neil Young confundiu ainda mais a crítica ao lançar-se Rockabilly

Nenhuma década foi tão revival dos anos 50 como a década de 1980. Assim como em outras áreas, a música se inspirou muito no passado: um exemplo é a explosão de banda de rockabilly à epoca, como os Stray Cats e The Cramps.

A popularização fez como que o estilo se tornasse ainda mais presente nas playlists, na vestimenta e na atitude de seus fãs ou adeptos.

Influenciado e influenciando, de certa forma, por esse resgate do rock cinquentista, em 1983, Neil Young se utilizou de seu livre arbítrio criativo na Geffen Records para gravar um legítimo disco de rockabilly  (é o disco mais curto do músico, com 25 min. de duração).

O disco
Após terem embarcado em uma viagem ao além, a Crazy Horse não precisou retornar do futuro. Young uniu um time de músicos (como Ben Keith, Tim Drummond, Larry Byrom entre outros) e os apelidou de The Shocking Pinks – típico nome de grupo doo-wop.

Com esses músicos o disco consegue alcançar estilos muito próximos ao de Jonnie Johnson, de Slim Harpo e dos Ink Spots, longe de ser autêntico, mas legítimo, com reverbs no vocal bem típicos dos anos de ouro.

O estilo
Legítimo? Sim. O estilo vai de Bill Harley a Paul Anka, passando por Jerry Lee Lewis depois da cadeia, Litte Richard antes do ministério e (por que não) Elvis Presley antes do exército.

Isso foi possível, porque somente seis músicas do álbum são de autoria (ou parceria) de Neil Young. As demais são covers de artistas que tiveram notoriedade na década de 50 e início dos anos 1960, como Bobby Freeman, Slim HarpoJimmy Reed e Junior Parker

Entretanto, vê se a capacidade de Young em transformar suas musicas em rockabillys, como em “Wonderin'” – que é anterior a 1983 (confira abaixo).

Claro que quem espera um disco inteiro de referências a Chuck Berry, Little Richard e Jerry Lee Lewis vai dar com a cara na porta.

Everybory’s Rockin’ tem mais a cara de um Buddy Holiday; de grupos doo-wop como os Isley Brothers e The Coasters; e o blues elétrico  e o rythm and blues de New Orleans de Slim Harpo e Fats Domino, respectivamente.

A crítica
Embora tivesse liberdade criativa sobre seus discos, não quer dizer que Neil Young teria vida fácil com a imprensa.

O disco é considerado pela Q Magazine um dos piores discos já feitos. Em um lista feita em 2006, Everybody’s Rockin’  ficou em segundo no ranking, atrás somente do Midnite Vultures, do Beck e à frente do primeiro álbum do Milli Vanilli.

À época, o The Voice Village classificou os covers feitos no disco como “desnecessários ou ruins”.

Como se não bastasse, a Geffen Records processou Young pelo disco não ser comercial. Entretanto, uma péssima tacada para a gravadora, já que  concediam liberdade criativa sobre o músico. 

Tempos depois, David Geffen se desculpou pessoalmente pelo ocorrido.

Ruim ou não, Everybody’s Rockin’ é só mais um disco na carreira de Neil Young, que chegou até a gravar um álbum country nashvilliano. Mas aí já é outra história.

Confira o álbum na íntegra.

 

NEIL YOUNG: Trans

Nos anos 80, muitos artistas se enveredaram pela música eletrônica. Neil Young também entrou nessa estrada, um tanto quanto árdua.

A música eletrônica foi uma faca de dois gumes na carreira do canadense

É complicado pensar que um artista de folk rock se adaptaria tão bem aos sintetizadores e moduladores de vozes habitualmente utilizados na música dos anos 1980.

Quem conhece o Neil Young e sua Crazy Horse (ou até mesmo na Buffalo Springfield  e no quarteto Crosby, Stills, Nash & Young) dificilmente imaginaria o canadense em uma empreitada no pop rock oitentista.

Três discos, que fazem parte dessa fase tecno-experimental de Young, se destacam: Re . ac . tor, Trans e Landing on Water.

Entretanto, o álbum de maior notoriedade dessa época, para a carreira do canadense, é Trans.

O disco
Lançado em 1982 pela recém criada Geffen Records (gravadora de David Geffen, ex- Atlantic e Asylum Records), o álbum divide opiniões.

Assim que lançou Re . ac . tor (álbum que já flertava com sintetizadores e aparelhagens computadorizadas), Young saiu da Reprise (onde fez Harvest e Rust Never Sleeps) e assinou com com a Geffen, na promessa de liberdade criativa sobre os discos que fosse compor.

Ali o músico juntou a fome com a vontade comer.

À época, Young estava trabalhando com aparelhos para desenvolver uma comunicação com o filho Ben, que possui paralisia cerebral. As experiências, e o livre arbítrio que tinha, fizeram com que o músico baseasse todas as músicas nos equipamentos.

A aparelhagem pode ter gerado algum desconforto aos que se identificavam com um Neil Young mais cru, com guitarras sujas e uma harmônica de vez em quando, como em Heart of Gold, Southern Man e Cinnamon Girl.

A revista Rolling Stone classifica Trans com quatro em cinco estrelas. Já o catálogo AllMusic deu somente duas estrelas. Porém, para mais dois veículos (Pitchfork e The Village Voice) , o disco possui pontuação acima da média, com 7,8 em 10 e um A-, respectivamente.

O estilo
Muitos classificaram o som como new wave ou synthpop, muito pela utilização constante de Synclavier e vocoder (equipamentos que modulam e “imitam” instrumentos e vozes) nas músicas.

Além disso, o som do disco foi influenciado pelo estilo da banda alemã Kraftwerk. Nota-se que a cadência de bateria, que já era simples, foi reduzida a bits. As linhas rústicas de guitarra e baixo dão lugar riffs e arranjos mais quadrados.

Entretanto, com a ajuda de sintetizadores e moduladores de vozes, Trans nos joga para dentro de um Pontiac TransAm (veja se na capa do disco não é o próprio Kitt de “A Super Máquina) para uma viagem de harmonias e melodias direto aos anos 1980, como em Computer Age, Sample and Hold e Transformer Man.

Porém, se engana quem acha que o disco é todo recheado de efeitos futuristas. Na faixa de abertura de Trans, Little Thing Called Love, o “cru e direto Rock and Roll” de Neil Young.

Além disso, ainda há espaço para o usual soft rock do início dos anos 80, à la Dire Straits, na faixa Like An Inca.

Mesmo que esteja encapuzado de synthrock, como nas canções Computer Cowboy, Mr. Soul e We R In Control, Trans é um álbum de Rock. E se não for, que diferença faz? Os anos 80 só mostraram quão inventivo Neil Young seria durante a década.

Confira abaixo o álbum na íntegra.