Se os Rolling Stones continuam em evidência, após mais de 50 anos de carreira, é consequência do que fizeram até Tattoo You. Dificilmente ouvirá da boca de um fã que os discos da década de 80 e 90 estão entre os melhores da banda.
Um álbum de duas faces
O 18º álbum dos Stones – Tattoo You – é composto de canções mais roqueiras no lado “A”, e no o “B”, blues. Foi feito com sobras de estúdio da década de 1970 (exceto “Neighbours” e “Heaven“) – Mick Jagger e Keith Richards estavam sem tempo para compor.
Os Stones tinham pressa para excursionar logo – as canções seriam usadas na The Rolling Stones American Tour 1981.
Infelizmente, nas décadas posteriores, não só o tempo para composições se reduziram como, também, a inspiração.
O disco alcançou o primeiro lugar na Billboard 200.
Set List
Lado A
- Start Me Up (3:32)
- Hang Firme (2:20)
- Slave (6:32)
- Little T&A (3:23)
- Black Limousine (3:33)
- Neighbours (3:33)
Lado B
- Worried About You (5:16)
- Tops (3:48)
- Heaven (4:21)
- No Use In Crying (3:25)
- Waiting on a Friend (4:34)
Créditos:
Mick Jagger: vocais, guitarra (em ” Heaven”) e harmônica (em “Black Limousine”)
Keith Richards: guitarra, vocal de apoio ( vocal principal em “Little T&A”) e baixo
Ron Wood: guitarra e vocal de apoio
Billy Wyman: baixo, guitarra e sintetizador (em “Heaven”)
Charlie Watts: bateria
As decepções
Undercover, de 1983, é o prenúncio do fracasso musical que esperaria os Stones nos anos seguintes. Repleto de efeitos eletrônicos e cadenciado pela dancing music, a banda confunde quem espera Rock ou algo mais “rolling-stoneano”.
Canções como “Undercover of the Night“, “Feel On Baby” e “Too Much Blood” apontam o declínio da fonte criativa dos Stones.
Apesar de derrapar feio, Undercover possui boas canções com alguns riffs de guitarra. Por exemplo, “Too Tough” (que parece ser uma cover de “Jumpin’ Jack Flash” e “Satisfaction”), “All the Way Down” e “It Must Be Hell“.
Se Dirty Work, de 1986, tem alguma canção que preste aos ouvidos dos fãs esta é “Thanks Stu, for 25 Years of Boogie Woogie” (a última faixa do álbum, com pouco mais de meio minuto ao som de boogie–woogie ao piano), que homenageia Ian Stewart (1938-1985) – pianista que acompanhou, por anos (em estúdio e apresentações), os Stones.
O álbum parece ter incorporado a jovem e já ultrapassada (àquela época) New Wave e os reverbs de mau gosto da década de 80 (veja o look dos Stones). Como o próprio disco diz, um “trabalho sujo”.
Em 1989, Steel Wheels pareceu ser a saída dos dois últimos discos de mau gosto dos Stones. Bem, se o álbum tivesse só “Sad! Sad! Sad!“, “Mixed Emotions” e “Hold On To Tour Hat” – respectivamente primeira, segunda e quarta faixa.
Mas “Terrifying“, a chorosa “Blinded By Love“, “Can’t Be Seen” (que parece ser mais uma introdução de noticiário televisivo), a estranha “Continental Drift” e as baladas “Almost Hear You Sigh” e “Slipping Away” broxam instantaneamente o fã.
Ao chegarem a década de 90, os Stones lançaram Voodoo Lounge em 1994 (apesar de poucas canções roqueiras, o ritmo lounge influencia grande parte das canções) e Bridges to Babylon de 1997 (tanto quanto o anterior, embora decepcione um pouco mais).
Destes álbuns algumas canções interessam: como é o caso de “Love is Strong” e “You Got Me Rocking” (do Voodoo Lounge); e “Lowdown” ( do Bridges to Babylon).